Revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro
Belo Horizonte - BH
2020/2023
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SITUAÇÃO
Por décadas, a avenida Bernardo Monteiro foi um espaço cultural, público, tradicional e vivo. As principais responsáveis por consolidar essa imagem na região foram as figueiras da espécie Ficus benjamina plantadas no início do século XX e que formavam um importante microclima urbano, além de propiciar sombra abundante aos frequentadores das feiras de antiguidades, comidas típicas, flores e plantas naturais.
Junto à avenida Barbacena, a avenida Bernardo Monteiro compõe o conjunto hospitalar tombado, ou seja, além de abrigar por décadas as feiras típicas, é também espaço de circulação e permanência de trabalhadores, pacientes e familiares, que antes encontravam no canteiro central um espaço agradável para permanecer. Desse modo, é possível dizer que as figueiras eram o principal elemento físico de composição, ambientação e atratividade do espaço.
As podas massivas das árvores em 2013, dada a infestação de moscas-brancas, mudaram completamente esse cenário.
As feiras deixaram de acontecer e o canteiro, com as poucas árvores que restaram, foi se esvaziando de sua vida pública. A proposta de revitalização da avenida Bernardo Monteiro, objeto deste concurso, faz parte de uma dinâmica de apropriação do espaço público e responde à luta da população que reconhece este espaço como seu território.
PARTIDO
Tendo em vista o histórico da área de intervenção, assumimos como partido preservar a essência do lugar: um espaço público integrado à vida cotidiana. Assim, a partir dos diagnósticos, destacamos os dois principais motivos que isolam o canteiro central da avenida Bernardo Monteiro: a escassez de áreas sombreadas e a falta de acessibilidade.
Atualmente, o canteiro é cercado por um cordão de estacionamento, sem travessias em nível e com poucas rampas que o interligue às calçadas. Desse modo, propomos conectar o canteiro central às calçadas a partir de um conjunto de travessias elevadas, dando atenção especial aos cruzamentos, nos quais utilizamos também outros dispositivos como o estreitamento da via e semáforos.
Os cruzamentos também são pontos importantes, pois atualmente fragmentam o canteiro em três partes; assim, as travessias elevadas atuariam como conectores, dando unidade para o conjunto. Evitar que o percurso seja monótono também foi uma preocupação, por isso projetamos o passeio no canteiro central com variações de tonalidades, buscando tornar o caminho mais interessante.
Outro fator que impacta fortemente a permanência das pessoas no espaço é o microclima. Belo Horizonte se caracteriza por um clima de elevadas temperaturas, assim, áreas sombreadas são importantes para atividades de permanência. Propomos árvores de copa larga que, quando atingirem a fase adulta, projetarão sombras agradáveis sobre o canteiro. Enquanto aguarda-se o desenvolvimento dessas árvores, propomos a instalação de sombrites tensionados nos postes de iluminação, priorizando as áreas de maior incidência solar. Optar por estruturas temporárias de sombreamento veio a partir da compreensão de que o protagonismo daquele espaço sempre foi da vegetação.
Ao buscar a retomada de atividades de lazer e realização de feiras e eventos para a área de intervenção, definimos diretrizes que a qualificam paisagística e urbanisticamente, de modo a haver uma interrelação entre o espaço e as atividades cotidianas, ou seja, um espaço público de boa qualidade.
A avenida Bernardo Monteiro foi projetada sob o ideal da ‘cidade-jardim’ e a intervenção que propomos hoje deve refletir a imagem da cidade que desejamos para o futuro.
Esta cidade que almejamos vai de encontro com o que tanto defende o arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, de que “boas cidades são para pessoas”
*Primeiro lugar - Concurso Nacional de Estudos Técnicos preliminares de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para a Revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro
equipe:
Arq. André Bihuna, Arq.ª Mariana Gusmão, Arq.ª Gabriela de Lima, Arq. Leandro Vilas Boas,
estagiário:
Joceam dos Santos
consultores:
Eng. Civil Charles Jaster (estrutura), Bióloga Gisele Sessegolo, Eng. Florestal Anna Julia Passold, Eng. Agrônomo Fernando Allegretti
Por décadas, a avenida Bernardo Monteiro foi um espaço cultural, público, tradicional e vivo. As principais responsáveis por consolidar essa imagem na região foram as figueiras da espécie Ficus benjamina plantadas no início do século XX e que formavam um importante microclima urbano, além de propiciar sombra abundante aos frequentadores das feiras de antiguidades, comidas típicas, flores e plantas naturais.
Junto à avenida Barbacena, a avenida Bernardo Monteiro compõe o conjunto hospitalar tombado, ou seja, além de abrigar por décadas as feiras típicas, é também espaço de circulação e permanência de trabalhadores, pacientes e familiares, que antes encontravam no canteiro central um espaço agradável para permanecer. Desse modo, é possível dizer que as figueiras eram o principal elemento físico de composição, ambientação e atratividade do espaço.
As podas massivas das árvores em 2013, dada a infestação de moscas-brancas, mudaram completamente esse cenário.
As feiras deixaram de acontecer e o canteiro, com as poucas árvores que restaram, foi se esvaziando de sua vida pública. A proposta de revitalização da avenida Bernardo Monteiro, objeto deste concurso, faz parte de uma dinâmica de apropriação do espaço público e responde à luta da população que reconhece este espaço como seu território.
PARTIDO
Tendo em vista o histórico da área de intervenção, assumimos como partido preservar a essência do lugar: um espaço público integrado à vida cotidiana. Assim, a partir dos diagnósticos, destacamos os dois principais motivos que isolam o canteiro central da avenida Bernardo Monteiro: a escassez de áreas sombreadas e a falta de acessibilidade.
Atualmente, o canteiro é cercado por um cordão de estacionamento, sem travessias em nível e com poucas rampas que o interligue às calçadas. Desse modo, propomos conectar o canteiro central às calçadas a partir de um conjunto de travessias elevadas, dando atenção especial aos cruzamentos, nos quais utilizamos também outros dispositivos como o estreitamento da via e semáforos.
Os cruzamentos também são pontos importantes, pois atualmente fragmentam o canteiro em três partes; assim, as travessias elevadas atuariam como conectores, dando unidade para o conjunto. Evitar que o percurso seja monótono também foi uma preocupação, por isso projetamos o passeio no canteiro central com variações de tonalidades, buscando tornar o caminho mais interessante.
Outro fator que impacta fortemente a permanência das pessoas no espaço é o microclima. Belo Horizonte se caracteriza por um clima de elevadas temperaturas, assim, áreas sombreadas são importantes para atividades de permanência. Propomos árvores de copa larga que, quando atingirem a fase adulta, projetarão sombras agradáveis sobre o canteiro. Enquanto aguarda-se o desenvolvimento dessas árvores, propomos a instalação de sombrites tensionados nos postes de iluminação, priorizando as áreas de maior incidência solar. Optar por estruturas temporárias de sombreamento veio a partir da compreensão de que o protagonismo daquele espaço sempre foi da vegetação.
Ao buscar a retomada de atividades de lazer e realização de feiras e eventos para a área de intervenção, definimos diretrizes que a qualificam paisagística e urbanisticamente, de modo a haver uma interrelação entre o espaço e as atividades cotidianas, ou seja, um espaço público de boa qualidade.
A avenida Bernardo Monteiro foi projetada sob o ideal da ‘cidade-jardim’ e a intervenção que propomos hoje deve refletir a imagem da cidade que desejamos para o futuro.
Esta cidade que almejamos vai de encontro com o que tanto defende o arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl, de que “boas cidades são para pessoas”
*Primeiro lugar - Concurso Nacional de Estudos Técnicos preliminares de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para a Revitalização do Conjunto Histórico e Paisagístico da Avenida Bernardo Monteiro
equipe:
Arq. André Bihuna, Arq.ª Mariana Gusmão, Arq.ª Gabriela de Lima, Arq. Leandro Vilas Boas,
estagiário:
Joceam dos Santos
consultores:
Eng. Civil Charles Jaster (estrutura), Bióloga Gisele Sessegolo, Eng. Florestal Anna Julia Passold, Eng. Agrônomo Fernando Allegretti