Requalificação do Espaço Mascarenhas e Rua Dr. Paulo Frontin
Juiz de Fora - BH
2020

Os traçados ferroviários conduziram o desenvolvimento de diversas cidades brasileiras. Juiz de Fora é uma delas, onde a ferrovia como um importante eixo articulador proporcionou o escoamento de produtos para grandes centros urbanos, ao mesmo tempo que promoveu o enriquecimento da cidade, tornando-a um polo industrial. Construída em 1883 em função da Alfândega Ferroviária do Estado, a praça Presidente Antônio Carlos passou por uma série de intervenções ao longo dos anos. Em 1888 a fábrica da Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas instala-se na região, criando uma relação clara com a praça, tanto que, nos dias de hoje, as duas áreas são indissociáveis entre si.

O objeto do concurso trata então de uma requalificação deste espaço e uma reorganização urbana do mesmo, fortalecendo conexões pedonais do entorno, como a da R. Dr. Paulo Frontin e a sua conexão com a Praça Dr. João Penido.
É proposto então uma reformulação da praça, fortalecendo conexões existentes e abrindo outras novas. A Travessa Dr. Prisco, que corta a praça Presidente Antônio Carlos é requalificada, tornando-se uma rua calma, fortalecendo a ligação das duas áreas da praça assim como atua para definir o eixo majoritariamente pedonal da R. Dr. Paulo Frontin e a sua conexão com a Praça Dr. João Penido.

O redesenho da Praça adota a mesma estratégia. Através da reformulação do piso, eixos visuais e de ligações são definidos as áreas para shows, eventos e feiras organizam-se de forma a terem uma melhor distribuição espacial e permitirem rotas de fuga mais claras. A pista de skate e o parque infantil também foram reformulados. A pista não mais adota uma área limitada, é desconstruída, permitindo novas relações. O parque infantil é posicionado de forma a estar mais visível, permitindo uma maior segurança aos usuários.
As reformulações internas pautam-se por estratégias simples e claras. O Centro Cultural Bernardo Mascarenhas é reorganizado para que o térreo concentre atividades comuns, como a videoteca, oficinas, administração, enquanto os demais andares concentram todas as áreas expositivas.

O prédio antigo da Biblioteca recebe apenas reformulações nos banheiros, enquanto o restante sofre apenas com mudanças de programa. O edifício anexo, objeto de concurso de 1996, é demolido e é proposto um edifício novo no lugar, de altura menor ao existente e que adota uma materialidade mais neutra, a fim de criar uma clareza de contrastes como estratégia de inclusão.

O mercado municipal aproveita-se dos vazios existentes para criar as suas conexões verticais, assim como adota uma nova organização espacial das bancas. Banheiros, frigoríficos e demais partes técnicas e administrativas são recolocadas no anexo a sul, onde ficava o antigo bar da fábrica.

A antiga sede administrativa é a que recebe maior intervenção interna. Paredes e lajes internas são demolidas e é criada uma nova intervenção, que não toca na edificação existente, permitindo uma leitura interna clara da edificação. A mesma recebe o programa proposto para abrigar as atividades da Economia Criativa.

Por fim, o estacionamento recebe uma nova paginação, permitindo a criação de uma praça na lateral do mercado municipal, que permite o uso de bancas temporárias. A reorganização também permite criar uma área maior envolta das antigas caixas d’água e chaminé, como forma de destaque das mesmas.

*Segundo lugar - Concurso Requalificação do Espaço Mascarenhas e Rua Dr. Paulo Frontin

equipe:
Arq. André Bihuna, Arq.ª Aryelle de Souza, Arq.ª Mariana Gusmão, Arq. Miguel Pereira, Arq.ª Rafaela Sampaio, Arq.ª Thallita de Souza.


estagiário:
Erik Hiroshi



        
Curitiba, Brasil