Parque da Cidade
Belém - PA
2020

O desafio

O Parque da Cidade oferece a Belém uma oportunidade singular de transformar uma área atualmente subutilizada do Aeroporto Brigadeiro Protásio em um espaço de encontro social, ambiental e econômico. E assim iniciar uma transformação urbana de uma cidade carente de equipamentos públicos, espaços verdes e de lazer de uso coletivo.

O processo democrático de participação popular na definição do programa do Parque demonstrou as reais necessidades e expectativas dos belenenses para este espaço. A população entende que o parque deve ser um grande equipamento público contemplando 3 eixos estruturantes: Cultura e Economia Criativa; Lazer e Esporte; e Paisagístico e Ambiental.

Além de espaço de permanência, a área do Parque também é responsável para facilitar a circulação de pessoas. A área que atuava como agente segregador e fragmentador se torna permeável e de conexão, tanto pela mudança de uso restrito para uso público, quanto ao prolongamento da Avenida Pedro Miranda. Numa visão contemporânea e sustentável, o Parque da Cidade se insere no sistema de transporte que incentiva diferentes modais, principalmente os passivos.

A cidade ocupa o aeroporto

Descaracterizar a antiga função aeroportuária da área e promover o sentimento de apropriação por parte da população deste território descampado e pouco integrado com o entorno é o primeiro ato projetual desta proposta. Contudo, acreditamos que a preservação da memória é imprescindível. Portanto, mantivermos a pista do aeroporto no local e assumimos ela como elemento estruturante da nossa intervenção.

Ao redor desta estreita e extensa área pavimentada é onde as atividades do Parque se organizam. A pista de aproximadamente 1,1 km de extensão que antes servia para a decolagem e aterrissagem de aviões, agora é o ponto de encontro, a ágora do local. Um lugar que dá escala à área, uma linha reta quase infinita aos olhos dos visitantes, um mundo desconhecido das infinitas possibilidades de uso.

Uma leitura multidimensional

A fim de desenvolvermos uma proposta que atendessem as diversas demandas para o Parque, organizamos um pensamento que contemplassem as dimensões: programática, a territorial e a urbana. Na dimensão programática, fizemos uma leitura conceitual dos 3 eixos temáticos do Termo de Referência, e assim organizamos temas estruturantes que definiram os conceitos e as decisões projetuais. Na leitura da dimensão territorial analisamos a relação da área de intervenção com o entorno, e verificamos a presença de linhas de forças de articulação e ligação, que proporcionou indícios de uma possível geometria. O resultado destas duas leituras influenciou na terceira: a da dimensão formal. Sentimos a necessidade de uma linguagem geométrica harmônica do conjunto de espaços tanto na escala paisagística quanto na arquitetônica. Assim, consolidamos uma geometria fractal que evita a rigidez de uma organização ortogonal, e se aproxima de uma linguagem orgânica dos elementos naturais.

*Prêmio edição do centenário do IAB-Instituto de Arquitetos do Brasil de Urbanismo - Região Norte | 2021

*Finalista - Concurso Nacional de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo para o Parque da Cidade - Belém | PA | 2020

Pagus Arquitetura + de Paauw Architecture & Landscape

equipe:
André Bihuna, Gabriela de Lima, Leandro Vilas Boas, Leticia Vellozo, Mariana Gusmão, Maria Godoy, Robert de Paauw.

consultores:
Eng. Civil Charles Jaster (estrutura), Eng. Civil Guilherme Castagna, Bióloga Gisele Sessegolo, Eng. Florestal Anna Julia Passold

área projeto arquitetônico
26.000,00m²
área projeto paisagístico
51,93 hectares


        
Curitiba, Brasil